Tomie Ohtake (1913-2015), que nasceu em Kyoto, no Japão, com o nome de Tomie Nakakubo, passou a viver no Brasil a partir de 1936, quando veio para visitar um de seus cinco irmãos e não pôde voltar por causa do início dos conflitos entre China e Japão. Aqui ela se casou e criou seus dois filhos (o arquiteto Ruy Ohtake e o diretor do Instituto Tomie Ohtake, Ricardo Ohtake). Com quase 40 anos, começou a pintar, incentivada pelo artista japonês Keiya Sugano. Em sua longa trajetória como artista (apenas dos 100 aos 101 anos idealizou por volta de 30 pinturas!), participou de 20 Bienais Internacionais e fez mais de 120 exposições individuais e participo de quase 400 mostras de arte coletivas, tendo ganhado 28 prêmios. Além de se destacar na pintura, gravura e escultura, Tomie é autora de mais de 30 obras que estão em espaços públicos de várias cidades brasileiras, por exemplo no Auditório Ibirapuera, em São Paulo, e no mundo, como nos jardins do Museu de Arte Contemporânea de Tóquio. Considerada uma espécie de embaixadora das artes e da cultura no Brasil, era sempre convocada a receber grandes personalidades internacionais, como a rainha Elizabeth, o Imperador, a Imperatriz e o Príncipe do Japão, o dançarino Kazuo Ohno e a artista Yoko Ono.