Ngozi Okonjo-Iweala

Desde 1º de março de 2021, a economista nigeriana Ngozi Okonjo-Iweala, de 66 anos, é diretora geral da OMC (Organização Mundial do Comércio). Com um extenso currículo ligado às finanças globais, ela é a primeira mulher e a primeira africana a assumir o cargo.

Segundo a economista, sua prioridade à frente da organização, que trata das regras do comércio entre as nações, será abordar as consequências da pandemia de covid-19 para a economia e a saúde no mundo, implementando as respostas políticas necessárias para a retomada da economia global. Antes mesmo de ser escolhida para o posto, Ngozi Okonjo-Iweala já tinha amplo apoio de membros do órgão, entre eles China, a União Europeia, a União Africana, Japão e Austrália.

Okonjo-Iweala foi duas vezes Ministra das Finanças da Nigéria (2003-2006 e 2011-2015) e atuou como Ministra das Relações Exteriores em 2006, tendo sido a primeira mulher a ocupar os dois cargos. Antes atuou por 25 anos no Banco Mundial.

Um memorando interno, dirigido aos funcionários do Banco Mundial em 8 de julho de 2011, chama a atenção para o papel excepcional desempenhado por Okonjo-Iweala no órgão. Para Bob Zoellick, presidente do Banco Mundial na época, a contribuição da economista foi brilhante: “Com a liderança de Ngozi, montamos um fundo de resposta à crise alimentar para permitir a rápida assistência aos países necessitados, ajudando mais de 40 milhões de pessoas em 44 países”.

Sua nomeação é vista como reconhecimento da competência e capacidade de liderança das mulheres africanas, apesar das dificuldades e dos obstáculos sistemáticos que elas enfrentam, nas palavras de Fadumo Dayib, a primeira candidata à presidência da Somália.

A revista americana de negócios Forbes a colocou em 48º lugar no ranking mundial das “50 Mulheres Poderosas” em 2015. É Ph.D. (doutora) pelo MIT e preside o conselho da Gavi, uma aliança global de vacinas fundamental para garantir que os países em desenvolvimento tenham o tão necessário acesso às vacinas contra a covid-19. Desde sua criação em 2000, Gavi imunizou 760 milhões de crianças em todo o mundo e salvou 13 milhões de vidas.

Como Ministra das Finanças na Nigéria, ela também liderou as negociações com o Clube de Credores de Paris que levaram à eliminação de $ 30 bilhões da dívida da Nigéria, incluindo o cancelamento total de $ 18 bilhões.

“Tenho dificuldade em me ver como uma líder mundial. Mas, quando me levanto de manhã, não penso nisso, me pergunto como vou resolver o próximo problema. Eu cresci em uma vila no sul da Nigéria, onde fui criada até 8 anos e meio pela minha avó. Meus pais eram bolsistas na Alemanha e não tinham dinheiro suficiente para me levar com eles. Aprendi a viver. Eu ia buscar lenha, água etc. Aos 5 anos, eu sabia cozinhar. A outra experiência da minha infância é a guerra do Biafra (1967-1970). Meus pais perderam tudo.”

Okonjo-Iweala conta como, durante a guerra civil, enquanto sua mãe estava doente e seu pai estava no exército, ela resgatou sua irmã de 3 anos que estava com malária e à beira da morte. Ela colocou a irmã nas costas e caminhou 10 quilômetros até uma clínica em uma igreja, onde soube que havia um bom médico. Quando ela chegou, havia mil pessoas do lado de fora, tentando arrombar a porta. Implacável, escalou a janela para ver o médico. “Eu sabia que se ela não recebesse ajuda, ela morreria”, diz. Felizmente, com sua ajuda, a irmã recebeu a medicação adequada.


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