Maya Angelou

Marguerite Annie Johnson, nasceu em St. Louis, Missouri, em 4 de abril de 1928, e adotou o nome Maya Angelou. Maya foi um apelido derivado de my (meu) ou my sister (minha irmã), que ganhou do seu irmão mais velho. Ao longo da vida, foi atriz, cantora, bailarina, escritora, cozinheira, jornalista, primeira mulher negra a ser condutora de bondes em São Francisco e a ter um roteiro produzido, em 1972; além de ter sido a primeira diretora negra de cinema.

Destacou-se como grande poeta e defensora dos direitos civis, inspirada por Martin Luther King Jr. e Malcom X, grandes lideranças do movimento negro. Com uma vida assim, não faltou assunto para sete autobiografias. Maya foi indicada uma vez ao prêmio Pulitzer, três vezes ao Grammy e recebeu mais de 50 honrarias, entre condecorações, medalhas e outros títulos. Ficou conhecida como doutora Angelou, apesar de nunca ter tido um título universitário, por sua influência na cultura afro-americana.

Maya agora estampa a moeda mais usada nos Estados Unidos, o “quarter” (apelido para a moeda de 25 centavos americanos), sendo a primeira mulher negra a estampar uma moeda norte-americana. A moeda entrou em circulação em 2022.

A escritora foi a segunda filha de um porteiro e nutricionista da Marinha e de uma enfermeira. Quando Maya tinha 3 anos e seu irmão 4, passaram a morar com a avó paterna no estado de Arkansas. Eles voltariam a viver com a mãe na adolescência. Sua avó, Annie Henderson, forte e independente, foi uma fonte de inspiração para Maya. A menina logo entendeu o que significava ser negra em uma sociedade racista. “Era horrível ser negra e não ter controle sobre minha vida”, escreveu em sua primeira autobiografia, Eu Sei Por que o Pássaro Canta na Gaiola, indicada ao National Book Award, em 1974.

Outra grande influência para a menina, foi a senhora Flowers, professora e amiga da família, que lhe apresentou autores como Charles Dickens, William Shakespeare e Edgar Allan Poe, além de artistas afro-americanas como Frances Harper (abolicionista, sufragista, poetisa, professora, oradora pública e escritora), Anne Spencer (poetisa, professora, ativista dos direitos civis e bibliotecária) e Jessie Fauset (editora, poetisa, ensaísta, romancista e educadora), escritores que teriam influência em sua vida e em sua carreira. A professora a ajudou a recuperar sua voz, após cinco anos de mutismo ocasionado por um episódio de violência que sofreu aos 8 anos e que relata no livro Eu Sei Por que o Pássaro Canta na Gaiola.

Maya estudou dança e teatro e fez uma turnê por 22 países da Europa cantando a ópera Porgy and Bess, além de ter atuado em várias peças dentro e fora da Broadway, entre elas Cabaret for Freedom, que escreveu com Godfrey Cambridge. Em Paris, conheceu James Baldwin, figura emblemática da literatura negra e que também marcaria sua vida na defesa dos direitos civis negros. Viveu no Cairo e em Acra, onde foi editora e colaboradora de jornais.

Maya foi nomeada pelos presidentes norte-americanos Gerald Ford (presidente de 1974-1977) e Jimmy Carter (governou de 1977 a 1981) para diferentes comissões culturais; escreveu para a televisão e o cinema; obteve uma indicação para o Emmy por seu papel em Roots (Raízes) em 1977; e até compôs canções para a cantora Roberta Flack, que ficou muito conhecida pela música Killing Me Softly With His Song. Foi muito próxima da apresentadora Oprah Winfrey, com que teve uma grande amizade.

Apesar de não ter um título universitário, aceitou ser professora de Estudos Americanos na Universidade de Wake Forest, Carolina do Norte. A partir daí, Angelou se considerou “uma professora que escreve”.

Também escreveu vários livros infantis, entre eles Mrs. Flowers: A Moment of Friendship (Sra. Flowers: Um momento de amizade, 1986), enfatizando a importância da palavra falada e explicando a natureza e a importância da educação, que despertou nela o amor pela poesia.

Em 1993, recitou o poema On the Pulse of Morning na cerimônia de posse de Bill Clinton, algo que não acontecia desde 1961, quando Robert Frost recitou na posse de John F. Kennedy. A gravação do poema lhe rendeu um Grammy. Em junho de 1995, apresentou um segundo poema em público, intitulado A Brave and Startling Truth (Uma Verdade Corajosa e Surpreendente), para comemorar o 50º aniversário da ONU (Organização das Nações Unidas).

Em 2011, Barack Obama, o primeiro presidente negro dos Estados Unidos, a condecorou com a medalha presidencial da liberdade — a mais alta honraria concedida pelo governo americano a civis.

No final de 2010, Angelou doou seus escritos pessoais ao Centro Schomburg para a Pesquisa da Cultura Negra, no Harlem. Em 2013, aos 85 anos, Angelou publicou a sétima autobiografia, intitulada Mom & Me & Mom (Mamãe & Eu & Mamãe), centrada na relação com sua mãe. Maya Angelou morreu em 2014, aos 86 anos, enquanto trabalhava em um novo livro, uma autobiografia sobre suas experiências com líderes nacionais e mundiais.


Referências

Downloads

Mais Donas da Rua


Ver todas homenageadas