Maria Esther é uma das mais importantes atletas brasileiras. Ainda menina, aos 6 anos, começou a jogar tênis. Aos 11, ela disputou seu primeiro campeonato. Ainda era uma adolescente quando, em 1954, tornou-se campeã brasileira. Aos 18, conquistou seu primeiro título internacional, o Orange Bowl, nos Estados Unidos. No ano seguinte, venceu, junto com Althea Gibson, o torneio de duplas femininas em Wimbledon. Um ano depois, foi campeã nos torneios de Wimbledon e de Forest Hills. Tudo isso, que já seria impressionante no século 21, era ainda mais incrível naquele tempo. Em 1939, quando a mais importante tenista brasileira nasceu, em São Paulo, esporte não era exatamente 'coisa de mulher'. O futebol feminino era ilegal, e apenas duas brasileiras tinham participado de Olimpíadas. No hall da Fama Internacional do Tênis, além de Maria Esther, a única sul-americana homenageada é a argentina Gabriella Sabatini, quase 40 anos mais nova que a brasileira. Com 589 títulos internacionais em 20 anos de carreira, Maria Esther ocupou o primeiro lugar no ranking internacional em 1959, 1960, 1964 e 1966. Esses títulos todos não renderam prêmios em dinheiro para a atleta, pois o tênis era amador naquele tempo, mas abriu caminho para que muitas atletas se inspirassem nela e vissem que é possível, sim, ser uma grande campeã. Em 1963, ela teve um pouquinho mais de dificuldade para conseguir o título no Pan-Americano de São Paulo. A cadelinha Gigi, que ganhou do irmão, tinha dado um mordida em sua mão direita, mas, mesmo assim, ela levou ouro na competição individual e prata em duplas. Em 1978, ela foi incluída no International Tennis Hall of Fame e se tornou a primeira brasileira a receber a honraria.