Djaimilia Pereira de Almeida é escritora. Escreveu, entre outros, Esse cabelo, Luanda, Lisboa, Paraíso e Três Histórias de Esquecimento. Os seus livros foram publicados em Portugal, no Brasil, nos Estados Unidos da América, na Itália, na Argentina, nos países de língua alemã, na China e, em breve, em países de língua árabe, catalão, dinamarquês e eslovaco.
Recebeu o Prêmio Oceanos 2019 e 2020, o Prêmio Fundação Inês de Castro 2018 e o Prêmio Fundação Eça de Queiroz 2019. Fez doutorado em Teoria da Literatura, na Universidade de Lisboa. Nasceu em Luanda e cresceu nos subúrbios de Lisboa. Escreveu no Neue Zürcher Zeitung, Revista Serrote, Ler, Pessoa, Common Knowledge, ZUM, Contemporânea, Expresso, Observador, Marie Claire Brasil, Folha de São Paulo, entre outras publicações. Na Primavera de 2022, foi a escritora residente da Literaturhaus Zürich.
Seu primeiro romance, Esse cabelo – A tragicomédia de um cabelo crespo que atravessa fronteiras, mistura memória, imaginação e crítica social com humor e leveza e discute temas atuais como racismo, feminismo e identidade. A história é protagonizada por Mila – uma menina que chega a Lisboa aos 3 anos de idade, saída de Luanda, em Angola, na África. O livro também é a história das origens do seu cabelo crespo. Entremeada à narrativa, está a relação entre vários continentes. Como diz a narradora do livro, “escrever parece-se com pentear uma cabeleira em descanso” e visitar salões de beleza é uma boa forma de conhecer hábitos, de aprender a distinguir modos e feições e até de detectar preconceitos.
Já em seu no livro Luanda, Lisboa, Paraíso, a escritora narra a saga de Cartola e Aquiles, pai e filho que deixam Angola em busca de um tratamento médico em Portugal nos anos 1980. Nascido de um parto com complicações graves, Aquiles tem uma má-formação. A promessa de cura está em uma cirurgia que só pode ser realizada em Portugal, e até que ele complete 15 anos. Na capital portuguesa, os dois sentem na pele o preconceito de serem imigrantes da ex-colônia, enquanto o regresso a Angola torna-se cada vez mais distante. Djaimilia Pereira de Almeida constrói uma narrativa — ora triste, ora esperançosa — sobre a diáspora (movimento de imigração geralmente forçado de grandes populações em direção a vários países), relações entre pais e filhos e a constante busca por afeto humano.