Andrea Ghez

Andrea Ghez, ao lado de Roger Penrose e Reinhard Genzel, ganhou o Prêmio Nobel 2020 em Física, por descobertas sobre buracos negros. Enquanto Roger Penrose usou a matemática para provar que os buracos negros são uma consequência direta da Teoria Geral da Relatividade de Albert Einstein, Andrea Ghez e Reinhard Genzel descobriram que um objeto invisível e muito pesado define as órbitas de estrelas no centro de nossa galáxia. Um buraco negro supermassivo é, hoje, a única explicação conhecida para isso.

Andrea, de 55 anos, define um buraco negro como “um objeto cuja força gravitacional é tão intensa que nada pode escapar, nem mesmo a luz”. Seu grupo de pesquisadores estuda há 25 anos os buracos negros e o objeto supermassivo encontrado no centro da Via Láctea passou a ser denominado de Sagitário A.

Os buracos negros se formam, em sua maioria, quando uma estrela massiva morre, tornando-se um lugar no espaço onde a gravidade é tão intensa que nem a luz escapa dela. Isso acontece porque há uma grande quantidade de matéria concentrada em um pequeno espaço.

Desde o século 18, cientistas se perguntavam se existiria algum objeto no universo capaz de exercer uma atração gravitacional tão forte, da qual nem mesmo a luz poderia escapar. Einstein não acreditava em buracos negros, mas, ao formular a Teoria Geral da Relatividade de Einstein, em 1915, teorizou que a força da gravidade pode distorcer espaço e tempo.

Foi um estudo de Roger Penrose que, em 1965, provou a formação de buracos negros. O estudo descrevia o fenômeno e afirmava que, no seu centro dessa estrutura, existe uma singularidade onde o tempo e o espaço simplesmente deixam de existir.

A singularidade é o instante exatamente anterior ao buraco negro em si. Como o fenômeno engole tudo o que está ao redor, inclusive a luz, não é possível ver um buraco negro. E foi esse corpo invisível que a pesquisa de Andrea Ghez descobriu. Mesmo sem ver, a cientista provou que a estrutura no centro da Via Láctea é maciça e com uma massa gigantesca. O objeto central escuro tem uma massa cerca de 4 milhões de vezes a do Sol e é muito pequeno para ser uma fonte estendida como um aglomerado estelar. Sagitário A, o centro da galáxia, é, portanto, um buraco negro supermassivo.

Em 125 anos de Prêmio Nobel, Andrea Ghez é a quarta mulher a receber o de Física. Antes dela vieram Marie Curie, em 1903, Maria Goeppert-Mayer, em 1963, e Donna Strickland, em 2018. Andrea Ghez disse esperar que a honraria inspire outras cientistas.

“Levo muito a sério a responsabilidade de ser a quarta mulher a ganhar o prêmio Nobel [em física]. Espero poder inspirar outras jovens mulheres para uma área que tem paixão pela ciência. Há muito para ser feito”, declarou a cientista.

Andrea Ghez se formou em física pelo MIT (Massachusetts Institute of Technology) em 1987 e obteve um doutorado no mesmo assunto pelo California Institute of Technology em 1992. Ela foi pós-doutoranda na Universidade do Arizona de 1992 a 1993.


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