Ana Néri

Ana Justina Ferreira Néri (1814 –1880) nasceu na vila de Cachoeira do Paraguaçu, na Bahia. Mesmo sem formação profissional, já que, na época, os cuidados com os doentes eram realizados por religiosas, é considerada a pioneira da enfermagem no Brasil. A primeira escola oficial de enfermagem do Brasil, hoje Escola de Enfermagem da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), fundada por Carlos Chagas em 1923, recebeu seu nome em 1926. Ana casou-se aos 23 anos com o capitão-de-fragata Isidoro Antônio Néri. Viúva aos 29 anos, dedicou-se à educação de seus três filhos: Justiniano e Antônio Pedro, que se formaram em Medicina, e Isidoro Antônio, que se tornou militar. Ao se iniciar a Guerra do Paraguai (1864-1870), seus três filhos se incorporaram como voluntários às fileiras do Exército. Com a partida deles para a região do conflito, Ana escreve ao governador da Bahia, oferecendo-se para ajudar nos hospitais do Rio Grande do Sul. Sem esperar a resposta, embarcou junto com o exército de voluntários no dia 13 de agosto se 1865. Apesar das grandes dificuldades, como a falta de condições de trabalho, de higiene e de materiais, além do grande número de soldados que precisavam de atendimento médico, destacou-se como enfermeira dedicada. Na capital do Paraguai, sitiada pelo Exército Brasileiro, Ana Néri montou uma enfermaria modelo utilizando-se de recursos financeiros herdados da família. Em 1938, o presidente Getúlio Vargas instituiu o dia 12 de maio como Dia do Enfermeiro em sua homenagem. A data marca o nascimento de outra pioneira da enfermagem, a britânica Florence Nightingale. Morreu em 20 de maio de 1880, aos 65 anos de idade, no Rio de Janeiro. Após sua morte, ainda ocorreram diversas homenagens, dentre elas em 1919, pela Liga das Sociedades da Cruz Vermelha, em Paris, que a reconheceu como pioneira da Enfermagem Brasileira e precursora da Cruz Vermelha Brasileira. Foi criado em Salvador, no Pelourinho, o Museu Ana Néri, para homenagear a ilustre baiana, e resgatar, ao mesmo tempo, a história da enfermagem brasileira do século 19 até a atualidade. Em 2009, Ana Néri foi a primeira mulher a ter o nome inscrito no Livro dos Heróis da Pátria, que fica no Panteão da Liberdade e da Democracia, na Praça dos Três Poderes, em Brasília, inaugurado em 1986, em memória do ex-presidente Tancredo Neves.


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